Tuesday, January 31, 2012

Luiz Mott entrega carta a Presidente Dilma

Recomendo especialmente esse texto para os que acham que não é necessário criminalizar a homofobia no Brasil. LUIZ MOTT ENTREGA CARTA À PRESIDENTA DILMA:




HOMOCAUSTO: TODO DIA UM HOMOSSEXUAL É ASSASSINADO NO BRASIL NO GOVERNO DILMA
Fundador do Grupo Gay da Bahia entrega carta de protesto a Presidenta Dilma na Celebração do Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto em Salvador denunciando homofobia do governo federal e estadual
Hitler enviou para os campos de concentração mais de 300 mil homossexuais, segundo dados da Cruz Vermelha. No Brasil, nos últimos trinta anos, mais de 3.500 gays, travestis e lésbicas foram cruelmente assassinados, vítimas da homofobia cultural. De um“homocídio” a cada 3 dias na década anterior, em 2011 um LGBT foi assassinado a cada 36 horas e neste primeiro mês 2012, a homofobia aumentou a níveis insuportáveis: todo dia um homossexual é assassinado, fazendo do Brasil o campeão mundial de crimes homofóbicos.
Além da homofobia cultural, fruto do machismo e intolerância religiosa, vivemos inaceitável homofobia governamental: o veto da Presidenta Dilma ao Kit AntiHomofobia -aprovado pela Unesco e Conselho Federal de Psicologia, por chantagem de fundamentalistas evangélicos - deixou mais de 6 milhões de adolescentes sem informação vital sobre direitos humanos e de como erradicar o bullying que fere e provoca a evasão de tantas transexuais e travestis das escolas. A não implementação de um banco de dados oficiais sobre crimes contra homossexuais, prevista no Plano Nacional de Direitos Humanos II representa gravíssimo crime de prevaricação e homofobia federal, já que a impunidade estimula novos assassinatos de LGBT.
A Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia ao convidarem o fundador do Grupo Gay da Bahia, Prof. Luiz Mott, a acender uma das sete velas da Menorá, o cerimonial Candelabro Judeu, no dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, além de manifestar sua solidariedade aos demais grupos perseguidos pelo Nazismo - negros, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová –provoca a discussão sobre a urgência de estancar essa persistente crueldade contra as mesmas minorias sociais que continuam vítimas da intolerância contemporânea.
A entrega deste documento à Presidenta da República nesta celebração é a ocasião ideal para o Estado Brasileiro repensar estratégias e ativar políticas públicas eficazes para mais de 20 milhões de brasileiros e brasileiras homossexuais e transgêneros cuja esperança de vida vem diminuindo dramaticamente no atual governo federal e estadual: na Bahia, neste mês já foram assassinados oito LGBT, pelo sétimo ano campeã nacional de homocídios.
Presidenta Dilma e Governador Wagner: vossas inexistentes ou tímidas políticas públicas para a comunidade LGBT não estão dando certo! Não sejam cúmplices de tanto sangue gay derramado! Como disse a Senadora Martha Suplicy, “piorou a situação dos homossexuais no Brasil. Enquanto na Argentina tem casamento gay, no Brasil há espancamento!”
É no mínimo contraditório a Presidenta Dilma acender mais uma vela pelos mortos no Holocausto e continuar insensível ao Homocausto que todo dia ceifa a vida de um homossexual no país.
O Grupo Gay da Bahia exige a liberação imediata do Kit Antihomofobia, realização de campanha nacional de impacto contra crimes homofóbicos, criação de banco de dados sobre violência letal e não letal contra homossexuais e implementação em todos os estados da Coordenadoria e Conselho LGBT.


Luiz Mott





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FOLLOW-UP por LUIZ MOTT depois do evento

(30/01/12)



DILMA FALA DE NOVO EM OPÇÃO SEXUAL NO DIA DO HOLOCAUSTO

Acabo de voltar da cerimônia Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto no Fórum Ruy Barbosa, Salvador. Grande esquema de segurança, auditório cheio, aos homens foi oferecido o quipá, aquele gorrinho usado pelos judeus religiosos. Representantes das confederações e associações judaicas, pais de santo, o cardeal honorário da Bahia, as ministras da reparação racial e dos direitos humanos, muitos deputados, senadores, prefeitos, juízes, etc.
Convidaram representantes de grupos perseguidos pelos nazistas para acender seis grandes velas colocadas numa mesa próxima ao assento das autoridades, entre esses, eu como representante do Grupo Gay da Bahia. Na minha vez, levantei a bandeira do arco iris, sendo aplaudido. Alguns dos oradores lembraram que além dos judeus, também foram perseguidos e executados homossexuais, ciganos, negros, testemunhas de jeová, comunistas, etc. Na sua fala, a P.Dilma disse que seu governo é contra qualquer discriminação "racial, por opção sexual".


Não consegui entregar em mãos à Presidenta nossa carta de protesto contra o HOMOCAUSTO praticado em nosso país com omissão do governo federal. Mas distribuí fartamente aos jornalistas, espero que saia nos jornais. 

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