Sunday, April 7, 2019
Thursday, June 8, 2017
What about conferences? What should we (CS area) do?
A friend of mine asked me this question on Twitter:
I do not think there is a single answer to that question. Rather than that, I will try to organize a few thoughts, personal and subjective thoughts, about it. Please bear in mind that these are guidelines for myself, I do not intend them to be general rules.
First of all, what is a scientific conference?
For me, they it is a meeting where people who work in a similar field gather to discuss what they are doing and/or what they intend to do.
Just that?
Yes!
It may sound trivial, but not for me. Most of my academic trajectory can be explained by high-impact encounters I had at scientific meetings.
How many of these meetings are considered "high impact" by part of the Brazilian CS community? None. Zero.
Let's go back to my previous humble definition of a scientific conference, and concentrate on people gather to discuss. This is core to my line of thought.
What kind of research results I find worthy of presenting at conferences? Preliminary results, even seminal. I go to conferences to discuss face-to-face, to gather feedback. Such feedback is fundamental to identify flaws, and to have insights that may lead to an improved research product.
I consider journal papers are my research products, not conference papers.
But why?
The whole process of selecting papers for the conferences I enjoy going to is completely different from that of the Journals I aim at publishing with. Let's take IGARSS 2017 as an example of the former, and IEEE Geoscience and Remote Sensing Magazine as an example of the latter.
IGARSS receives submissions in the form of extended abstract of at least two pages. Each paper receives very brief reviews, and a decision. About 80% (approximately 2000) of submissions are accepted, and those rejected tend to be out-of-scope, disorganized beyond hope, or illegible. Some editors reach 90% of acceptance.
This may sound totally unacceptable for those who advocate for highly selective conferences. People who think like this measure the quality of conferences by the rejection rate: the higher, the better. Fine with them, but not for me.
I do not care how many papers are rejected out of those that are submitted, as long as there are enough good papers to make the conference attractive. As said, the face-to-face experience is what I am looking for in good conferences.
I do not choose by selectiveness either when I submit my manuscripts to a journal. I choose by the visibility it will give to my research, and this visibility is formed by a number of factors, among them:
So, my dear friend, after this long detour (that may increase in the future, provided more ideas, time and patience come at hand), I will conclude summarizing my point:
What about conferences? What should we (CS area) do?
First of all, what is a scientific conference?
For me, they it is a meeting where people who work in a similar field gather to discuss what they are doing and/or what they intend to do.
Just that?
Yes!
It may sound trivial, but not for me. Most of my academic trajectory can be explained by high-impact encounters I had at scientific meetings.
How many of these meetings are considered "high impact" by part of the Brazilian CS community? None. Zero.
Let's go back to my previous humble definition of a scientific conference, and concentrate on people gather to discuss. This is core to my line of thought.
What kind of research results I find worthy of presenting at conferences? Preliminary results, even seminal. I go to conferences to discuss face-to-face, to gather feedback. Such feedback is fundamental to identify flaws, and to have insights that may lead to an improved research product.
I consider journal papers are my research products, not conference papers.
But why?
The whole process of selecting papers for the conferences I enjoy going to is completely different from that of the Journals I aim at publishing with. Let's take IGARSS 2017 as an example of the former, and IEEE Geoscience and Remote Sensing Magazine as an example of the latter.
IGARSS receives submissions in the form of extended abstract of at least two pages. Each paper receives very brief reviews, and a decision. About 80% (approximately 2000) of submissions are accepted, and those rejected tend to be out-of-scope, disorganized beyond hope, or illegible. Some editors reach 90% of acceptance.
This may sound totally unacceptable for those who advocate for highly selective conferences. People who think like this measure the quality of conferences by the rejection rate: the higher, the better. Fine with them, but not for me.
I do not care how many papers are rejected out of those that are submitted, as long as there are enough good papers to make the conference attractive. As said, the face-to-face experience is what I am looking for in good conferences.
I do not choose by selectiveness either when I submit my manuscripts to a journal. I choose by the visibility it will give to my research, and this visibility is formed by a number of factors, among them:
- quality and number of reviews
- academic reputation
- quality of editorial preparation
So, my dear friend, after this long detour (that may increase in the future, provided more ideas, time and patience come at hand), I will conclude summarizing my point:
About scientific conferences
I love them, I go to a few of them as often as I can, but I do not aim at publishing in them. I aim at participating in them. What I send for presentation, my conference papers, are preliminary results that I want to show to a big qualified audience. The feedback will lead me to either discarding the approach, even the research, or to an improved manuscript that I will eventually send to a journal
About scientific journals
They are the venue for consolidated (not definitive, as I practice empirical science most of the time) research results. They are the memory (dynamic, not set in stone) of scientific research. What is published in them has passed a typically careful (sometimes long, sometimes painful, most of the time enlightening) process of improvement. I admit that only ISI journals interest me, because they have quality measures that help me choose where to send my works.
Sunday, August 14, 2016
Férias
Consegui o que parecia impossível: tirar duas semanas de férias. O que significa isso para mim? Respondo:
- Não necesariamente ir para a Ufal
- Não fazer a barba todos os dias
- Poder viajar sem ter que pedir afastamento, e com o destino que der na telha.
Enilson organizou uma pequena viagem dividida entre Recife e Cabo. No Recife nos hospedamos em um hotel que já foi excelente em Piedade, e no Cabo no magnífico Sheraton.
Eis a vista da suite no Dorisol.
E essa é a vista do apartamento no Sheraton:
Não é coincidência que nos pontos acima não consta "Não trabalhar". Sempre há alguma coisa a fazer, principalmente as relacionadas ao periódico IEEE Geoscience and Remote Sensing Letters.
Amanhã entro na segunda semana destas breves férias, que estão sendo muito boas!
Thursday, December 10, 2015
Frango no pato, pato no peru
Frango no Pato, Pato no Peru
Recentemente estive em Washington, nos Estados Unidos de Norteamérica, fazendo escala a caminho de Maceió vindo de uma reunião perto de Detroit. O retorno foi muito ruim, marcado pelo atraso e o mau atendimento da companhia aérea, mas me deparou uma companhia inesperada e iluminadora.
No ônibus do hotel até o aeroporto não tive como não escutar a conversa de três jovens adultos latinos. A primeira coisa que chamou minha atenção foi o sotaque centroamericano do seu espanhol, e a quase ausência deste no seu inglês. Mais surpreendente ainda me resultou a forma em que falavam, misturando uma e outra língua de forma quase caricatural. O que acabou sendo fascinante não foi uma coisa nem a outra, mas o conteúdo dessa conversa que não se estendeu por mais de quinze minutos, mas que me atrapou.
Eles se sentaram já debatendo receitas de peru, suponho eu que pela proximidade do dia de Ação de Graças. Muito organizadamente, começaram pela melhor forma de preparar asas. Após alguns candidatos, reinou unânime a receita que consistia em primeiro assar para depois fritar as extremidades superiores das aves. A medida do sucesso de cada receita parecia ser a admiração (não sei dizer se factual ou meramente potencial) entre vizinhos e familiares, aferida pelas quantidades envolvidas (“unas cien wings tú preparas en dos horitas y te las devoran y te aplauden”).
Dado como eu sou, confesso, à boa mesa (ou à muita mesa, dizem alguns detratores próximos), a conversa prendeu minha atenção. Reparei então nas avantajadas dimensões horizontais dos três entusiastas do peru, duas mulheres e um homem, e na escassa projeção vertical. Os três eram bem, digamos, arredondados. Em uma emergência, seria mais fácil pular por cima do que contorná-los.
Alcançada a unanimidade com o preparo das wings, o tema passou a ser o recheio. Os legumes reinaram por alguns quilómetros (fazia frio, e o tempo ia ficando assustadoramente nublado para quem ia embarcar em um vôo que estava saindo com um dia de atraso), sempre que fossem dourados fartamente em manteiga. Foi nesse ponto que comecei ter alucinações olfativas, pois senti claramente o delicado cheiro de vagens preparadas dessa forma admirável.
O assunto não sucitou grandes divergências, e o foco mudou. O único homem do trio lembrou que rechear o pavo com algum tipo de carne é uma grande contribuição latina à culinária americana. Houve concordância imediata. E silêncio. E as nuvens ficaram mais escuras.
A calmaria foi quebrada por uma epifania culinária. Uma das moças perguntou ao grupo, praticamente letárgico nessa altura da viagem culinária, se conheciam o peru com triplo recheio. Sem esperar as respostas, ela prontamente explicou que se tratava de rechear um frango com legumes fritos na manteiga, colocar o frango dentro de um pato, e o pato dentro do peru. A monstruosidade estaria então pronta para ser cozinhada muito lentamente no forno por, pelo menos, oito horas.
Logo depois, quando ainda ecoava a receita no ônibus, chegamos ao aeroporto. Nos separamos sem despedidas (nunca fomos apresentados), e fiquei com a imagem da última receita firmemente perfilada na minha imaginação. Não reparei no tempo. As oito horas de espera foram apenas suficientes para me desfazer dessa indigesta lembrança.
Pensei, então, até onde se chega nessa cultura de saciedade. Uma receita desse calibre só pode ser explicada pela fartura excessiva e pela necessidade de impressionar paladares embotados. Chamo isso "cultura da saciedade", quando não há necessidade de disputar por recursos que, para outros, são escassos e preciosos.
Imaginei essa denominação há alguns anos, quando uma colega insistia em pedir no seu projeto de pesquisa recursos para adquirir um software caro. Eu perguntei o motivo para tamanha despesa, sendo que havia opções computacionalmente melhores, e gratuitas. Ela respondeu rapidamente, e com pouca paciência para debater o assunto, que o fazia "porque podia, e ponto". Em projeto alheio não se dá palpite, a não ser que seja pedido por triplicado e com assinatura registrada em cartório, então optei por um prudente silêncio que preservou a amizade por algum tempo.
Essa cultura da saciedade sempre me incomodou, e me incomoda mais ainda desde que trabalho em uma Universidade em que cada centavo precisa ser arduamente conquistado. E é da condução dessa Universidade Federal de Alagoas que terei oportunidade de participar graças ao gentil convite da Profa. Valéria e do Prof. Vieira, vitoriosos na última eleição para Reitora e Vice-reitor. Os tempos que se avizinham serão impiedosos, e uma cultura de trabalho, ponderação, sensatez, equilíbrio e economia será fundamental. Espero poder contribuir nesse sentido.
Wednesday, September 16, 2015
Friday, June 26, 2015
Tuesday, January 13, 2015
Sunday, September 15, 2013
Tuesday, November 13, 2012
Sunday, March 25, 2012
Desabafo de um Secularista
Desabafo de um Secularista:
Desabafo de um secularista preocupado
by Pablo Villaça 1. março 2012 11:25
Fonte da foto: Internet
Desabafo de um secularista preocupado
by Pablo Villaça 1. março 2012 11:25
Enviado por e-mail por Thomaz Passamani
Marcelo Crivella é o novo ministro de Dilma - e, com isso, a bancada evangélica ganha oficialmente um cargo importante no governo (ênfase no "oficialmente"). Não sei nem como expressar meu profundo desapontamento com a presidenta - e vocês sabem que poucos fizeram tanta campanha por ela como eu. Assim, me espanta que dilmistas fundamentalistas tentem justificar a nomeação de Crivella dizendo que "o Ministério da Pesca é irrelevante" ou que "Crivella não é Malafaia". Ora, como bem apontou um leitor no Twitter, Crivella pode não ser espalhafatoso como seu colega "pastor", mas foi igualmente instrumental na derrota da PLC 122, que buscava barrar a homofobia.
O fato é que a presença de Crivella fortalece os teocratas - e esta é uma ameaça real e crescente. A bancada evangélica vem comendo o poder pelas beiradas e muitos parecem não perceber a estratégia. Há dez anos, se alguém tentasse apresentar uma lei que tornasse a oração compulsória em escolas públicas, seria rechaçado ou encarado como louco. Hoje, em Ilhéus, isto já é realidade. Logo a obrigação se espalhará para outras cidades e, antes que percebamos, será federalizada. É assim que eles agem; apresentam hoje uma lei que é encarada como absurda (permitir que crianças sejam educadas em casa - o que impedirá que aprendam sobre Evolução e outros conceitos rechaçados pelos evangélicos -; legalizar a "cura" da homossexualidade) sabendo que enfrentarão protestos - mas cientes de que, ao voltarem a apresentá-las com pequenas modificações em algum tempo, serão recebidos com menores objeções. Com isso, aos poucos vão transformando seus dogmas e preconceitos em legislação.
E é assim que nasce uma teocracia.
Mas a estratégia da bancada evangélica é ainda mais covarde: quando diante de protestos mais contundentes, imediatamente invoca a "liberdade religiosa" para defender suas posturas de intolerância e rematada ignorância, buscando atirar sobre seus oponentes um rótulo que descreve perfeitamente aquilo que eles mesmos fazem o tempo inteiro: o de preconceituosos e intolerantes.
O perigo é crescente: os evangélicos são organizados politica e financeiramente (com direito a isenção de impostos), sendo beneficiados também por poderem contar com um pensamento de manada que move suas bases: os fiéis/eleitores. Acostumados a aceitar a palavra dos "pastores" (sempre entre aspas, por favor) como verdade absoluta e a Bíblia como manual de instruções da vida, estes seguidores representam um contingente eleitoral quase imbatível - e enquanto os secularistas (ou simplesmente aqueles que, mesmo religiosos, acreditam na separação entre Igreja e Estado) não se organizarem e perceberem que estamos travando uma batalha por nossa liberdade, estes religiosos continuarão a ganhar mais e mais poder político.
Se nao fizermos nada, em 10 anos viveremos num país em que a oração é obrigatória em todas as escolas, gays são internados pra tratamento "corretivo", o criacionismo é ensinado nas escolas, filmes e séries com "mensagens satânicas" são banidos, as pesquisas cientificas são limitadas por dogmas religiosos e assim por diante. Acham exagero? Leiam os jornais e acompanhem a atuação da bancada evangélica e dos "pastores". Tudo que descrevi é defendido por eles.
Quanto à tal "liberdade religiosa", não se iludam: assim que os parlamentares evangélicos se fortalecerem o suficiente, descobriremos que "liberdade religiosa" significa abaixar a cabeça pra eles - e isto incluirá membros de inúmeras outras denominações religiosas, de católicos a espíritas. A imagem do "pastor" chutando a estátua de uma santa não deve ser esquecida; os "pastores" evangélicos tratam os demais credos como aberrações. E sei que logo surgirão fiéis dizendo que não são assim, que estou me referindo a exceções em sua religião, mas o fato é que estas "exceções" são justamente os líderes de suas organizações - e não é possível dizer que um grupo é inocente quando praticamente todos os seus cabeças têm sangue nas mãos.
Acreditem: lamento muito não conseguir ficar calado diante desta
ameaça real. Profissionalmente, seria muito mais inteligente me abster. Perco leitores ao me manifestar - não só evangelicos não fanáticos, mas outros que queriam apenas ler sobre cinema. Sei disso. E repito: sinto por isso. Mas antes de tudo, sou cidadão. E antes de ser cidadão, sou pai. E não quero ver meus filhos crescendo numa teocracia.
Caminhamos pra isso.
Marcelo Crivella é o novo ministro de Dilma - e, com isso, a bancada evangélica ganha oficialmente um cargo importante no governo (ênfase no "oficialmente"). Não sei nem como expressar meu profundo desapontamento com a presidenta - e vocês sabem que poucos fizeram tanta campanha por ela como eu. Assim, me espanta que dilmistas fundamentalistas tentem justificar a nomeação de Crivella dizendo que "o Ministério da Pesca é irrelevante" ou que "Crivella não é Malafaia". Ora, como bem apontou um leitor no Twitter, Crivella pode não ser espalhafatoso como seu colega "pastor", mas foi igualmente instrumental na derrota da PLC 122, que buscava barrar a homofobia.
O fato é que a presença de Crivella fortalece os teocratas - e esta é uma ameaça real e crescente. A bancada evangélica vem comendo o poder pelas beiradas e muitos parecem não perceber a estratégia. Há dez anos, se alguém tentasse apresentar uma lei que tornasse a oração compulsória em escolas públicas, seria rechaçado ou encarado como louco. Hoje, em Ilhéus, isto já é realidade. Logo a obrigação se espalhará para outras cidades e, antes que percebamos, será federalizada. É assim que eles agem; apresentam hoje uma lei que é encarada como absurda (permitir que crianças sejam educadas em casa - o que impedirá que aprendam sobre Evolução e outros conceitos rechaçados pelos evangélicos -; legalizar a "cura" da homossexualidade) sabendo que enfrentarão protestos - mas cientes de que, ao voltarem a apresentá-las com pequenas modificações em algum tempo, serão recebidos com menores objeções. Com isso, aos poucos vão transformando seus dogmas e preconceitos em legislação.
E é assim que nasce uma teocracia.
Mas a estratégia da bancada evangélica é ainda mais covarde: quando diante de protestos mais contundentes, imediatamente invoca a "liberdade religiosa" para defender suas posturas de intolerância e rematada ignorância, buscando atirar sobre seus oponentes um rótulo que descreve perfeitamente aquilo que eles mesmos fazem o tempo inteiro: o de preconceituosos e intolerantes.
O perigo é crescente: os evangélicos são organizados politica e financeiramente (com direito a isenção de impostos), sendo beneficiados também por poderem contar com um pensamento de manada que move suas bases: os fiéis/eleitores. Acostumados a aceitar a palavra dos "pastores" (sempre entre aspas, por favor) como verdade absoluta e a Bíblia como manual de instruções da vida, estes seguidores representam um contingente eleitoral quase imbatível - e enquanto os secularistas (ou simplesmente aqueles que, mesmo religiosos, acreditam na separação entre Igreja e Estado) não se organizarem e perceberem que estamos travando uma batalha por nossa liberdade, estes religiosos continuarão a ganhar mais e mais poder político.
Se nao fizermos nada, em 10 anos viveremos num país em que a oração é obrigatória em todas as escolas, gays são internados pra tratamento "corretivo", o criacionismo é ensinado nas escolas, filmes e séries com "mensagens satânicas" são banidos, as pesquisas cientificas são limitadas por dogmas religiosos e assim por diante. Acham exagero? Leiam os jornais e acompanhem a atuação da bancada evangélica e dos "pastores". Tudo que descrevi é defendido por eles.
Quanto à tal "liberdade religiosa", não se iludam: assim que os parlamentares evangélicos se fortalecerem o suficiente, descobriremos que "liberdade religiosa" significa abaixar a cabeça pra eles - e isto incluirá membros de inúmeras outras denominações religiosas, de católicos a espíritas. A imagem do "pastor" chutando a estátua de uma santa não deve ser esquecida; os "pastores" evangélicos tratam os demais credos como aberrações. E sei que logo surgirão fiéis dizendo que não são assim, que estou me referindo a exceções em sua religião, mas o fato é que estas "exceções" são justamente os líderes de suas organizações - e não é possível dizer que um grupo é inocente quando praticamente todos os seus cabeças têm sangue nas mãos.
Acreditem: lamento muito não conseguir ficar calado diante desta
ameaça real. Profissionalmente, seria muito mais inteligente me abster. Perco leitores ao me manifestar - não só evangelicos não fanáticos, mas outros que queriam apenas ler sobre cinema. Sei disso. E repito: sinto por isso. Mas antes de tudo, sou cidadão. E antes de ser cidadão, sou pai. E não quero ver meus filhos crescendo numa teocracia.
Caminhamos pra isso.
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Concordo plenamente com o texto do Pablo Vilaça. Aproveito para ilustrar esse post com alguns dos muitos disparates dos evangélicos recentemente, especialmente na política - uma vergonha para os políticos envolvidos.
MANIPULAÇÃO MENTAL: A UNÇÃO DO CAI-CAI
DESRESPEITO À CRENÇA ALHEIA: CHUTE NA SANTA (TV RECORD)
MANIPULAÇÃO POLÍTICA: CRIVELLA NO MINISTÉRIO DA PESCA
DESCARAMENTO TOTAL: O CULTO AO DINHEIRO (ALHEIO!!!) E LIVRE DE IMPOSTOS
MANIPULAÇÃO ATRAVÉS DA MÚSICA GOSPEL PARA ANGARIAR VOTOS
PRESIDENTE DA CONVENÇÃO GERAL DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS FAZENDO PROPAGANDA ELEITORAL DESCARADAMENTE
SANTINHO DE SERRA COM MENSAGEM GOSPEL
SILAS MALAFAIA FAZENDO CAMPANHA CONTRA OS DIREITOS CIVIS DO CIDADÃO HOMOAFETIVO
PASTOR FALANDO CONTRA O CINEMA - ÓDIO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO, INCLUSIVE ARTÍSITCA
Monday, March 19, 2012
Sunday, February 19, 2012
Abaixo Fundamentalismo Heterossexista artigo do Professor Alípio de Souza (UFRN)
Abaixo Fundamentalismo Heterossexista artigo do Professor Alípio de Souza (UFRN):
(Publicado em Bocas no mundo: revista da articulação de mulheres brasileiras, Ano I, n° 2, julho de 2003, pp. 8-9)
O PDF do artigo encontra-se AQUI.
Fonte dessa imagem: Blog do Paulo Stekel
ABAIXO O FUNDAMENTALISMO HETEROSSEXISTA
Crítica de uma fraude nos campos científico e moral
Por Alípio de Sousa
Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFRN
Em geral, o fundamentalismo é visto como o ponto de vista decorrente de visões religiosas da vida e do mundo. É verdadeiro que encontramos pontos de vistas religiosos que merecem, a justo título, ser chamados de fundamentalismos, assim como também é verdadeiro que as religiões muito têm contribuído para visões fundamentalistas da realidade humana. Mas não apenas as visões religiosas podem chegar a ser fundamentalistas, assim como é certo que nem todos os pontos de vista religiosos terminam em fundamentalismo. Doutrinas dogmáticas em política, economia, ciência, moral, direito, etc. também têm contribuído para visões fundamentalistas da vida.
O que as diversas formas da visão fundamentalista têm em comum é o caráter autoritário e conservador de suas definições. Todas elas são reduções doutrinário-dogmáticas conservadoras da vida humana a convenções e conceitos produzidos social e historicamente, mas elevados a condição de verdades absolutas, universais, inquestionáveis. Em muitos casos, convenções e conceitos que apenas servem aos interesses de uma parte da sociedade e não a todos. Hoje, como ontem na história, os fundamentalismos contam com diversos meios para se difundir e procuram cada vez mais ampliar o número daqueles que se aferrem a crenças, idéias ou conceitos dogmáticos e conservadores como verdades únicas e irrefutáveis.
A sexualidade também tem sido objeto de visões fundamentalistas. Dentre as várias expressões da sexualidade humana, a homossexualidade tem sido historicamente e incomparavelmente a que mais ataques tem sofrido dos fundamentalistas em religião, em moral, em ciência, em direito. Variando a intensidade de acordo com as épocas e com as sociedades, o preconceito em torno da homossexualidade sempre esteve presente com maior ou menor importância na vida de diversas sociedades conhecidas, registrando-se poucas exceções históricas e etnográficas. Preconceito que tem constituindo fonte de opressão para milhares de homens e mulheres em diversas partes. Evidentemente, a universalidade do preconceito não o torna legítimo, nem o fato exprime a verdade sobre o caráter reprovável de “comportamento não conforme a natureza ou contrário à criação divina”, como pretendem os religiosos. Verdade que estaria na quantidade das opiniões desfavoráveis às relações de amor e sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Em matéria de moral, ética, estética e mesmo na política, a verdade não está na quantidade. As opiniões são socialmente construídas e refletem mentalidades, imaginários, representações, não sendo mais verdadeiras apenas porque são partilhadas por um maior número de pessoas. (Na ditadura das opiniões majoritárias, oculta-se o trabalho da ideologia na cultura: a ideologia, tomando a forma da opinião geral, oculta a dominação que largamente os sistemas de sociedades praticam sobre os indivíduos por meio das idéias, crenças, representações. Através das opiniões – e as “pesquisas de opinião” servem também para isso –, a ideologia consegue não aparecer como ideologia, tornando-se invisível, e consegue também tornar invisível a dominação.)
De tudo que se disse de falso ou verdadeiro sobre a sexualidade até aqui, sobressaiu uma doutrina naturalista segundo a qual a heterossexualidade é a forma da sexualidade humana produzida pela natureza – e, acrescentam os religiosos, a única aceita por Deus, Javé, Allah, os termos variam conforme as crenças... O efeito imediato dessa doutrina naturalista conservadora foi banir a homossexualidade e a bissexualidade do campo das expressões legítimas da sexualidade humana, tornando-as “desvios”, “anomalias”, “vícios”, “doenças” e, pretendem os religiosos, uma forma do “pecado”. Não há dúvida que essa doutrina naturalista da sexualidade tem todos os traços de um fundamentalismo moral que oculta suas intenções conservadoras e seus vínculos com a dominação.
Fruto da supremacia desse fundamentalismo heterossexista, nasceram diversas “pesquisas” e “teses” sobre as “causas da homossexualidade”. Assim, da medicina à psicologia, passando pelas próprias religiões e pelo direito, procurou-se falar das razões que levariam homens e mulheres a “tornarem-se homossexuais”. Diversos são os artigos, livros, contendo “explicações” sobre as origens psicológicas, sociais ou biológicas da homossexualidade. Pergunta-se de genes, traumas, contextos, influências etc. que produziriam a “virada” para a homossexualidade. Até mesmo teóricos que imaginamos que sejam críticos, tornaram-se vítimas dessa ideia de uma causa ou causas da homossexualidade. A concepção predominante é sempre a de que a homossexualidade é um “desvio”, uma “suspensão” do desenvolvimento sexual considerado normal.
Até aqui, o que não se disse é que as “pesquisas” e as “explicações” sobre as “causas” da homossexualidade são FRAUDES nos campos científico e moral. Trata-se de preconceito disfarçado em ciência. É o preconceito social em torno da homossexualidade nas nossas sociedades que explica tantas tentativas – bem ou mal intencionadas – de se procurar as causas da homossexualidade e esta como se fosse algo separado do conjunto da sexualidade humana. Nesses termos, simplesmente não há causas da homossexualidade.
Deve-se saber que a causa da homossexualidade é a mesma da heterossexualidade e da bissexualidade: a escolha inconsciente do objeto do desejo. Escolha produzida na trama das relações sociais, sempre bem circunstanciada no âmbito de um sistema de sociedade particular e suas instituições e convenções – o que chamamos de cultura. Nessa esfera, nenhuma escolha é mais natural ou normal do que outra, melhor, pior, superior, inferior. Desde Freud e sua teoria do inconsciente, seguido por Lacan, sabemos, se há alguma razão para se falar de causa, que se aceite que todo desejo é causado e, mais ainda, que todo desejo é uma causa: a causa do sujeito do desejo, isto é, aquilo pelo que cada um se empenha, embora sem saber. E essa é condição a que ninguém e nenhuma escolha escapam. No tocante ao desejo, não há causas mais legítimas que outras. Na política das escolhas do amor e do sexo, todas as causas são igualmente fundadas (causadas) no desejo – e, pois, como desejo, legitimamente existente como um direito, tratando-se do que não inflija sofrimento a ninguém, não constitua violência sobre o outro, agressão à dignidade humana. Não se pode acusar a homossexualidade de nenhuma dessas coisas. Bem ao contrário, pela extensão do preconceito, são os homossexuais que têm sido objeto de discriminações e violências que constituem inquestionavelmente atentados aos direitos humanos e à democracia.
A importância da teorização de Freud está em desnaturalizar a sexualidade humana, demonstrando que todas as escolhas sexuais, como produções de desejo, seguem igualmente determinações inconscientes, não havendo o que se possa chamar de sexualidade normal, natural. Convergindo para a mesma compreensão da sexualidade humana que se elaborou na psicanálise, a antropologia – pelo amplo conhecimento que produziu na pesquisa etnográfica sobre as diversas sociedades e culturas existentes – instruiu-nos com a demonstração de que a sexualidade humana é uma construção social e histórica que segue os padrões culturais de cada sistema de sociedade – com os evidentes efeitos de sujeição e dominação que isso implica. No tocante ao gênero, por exemplo, não se é homem ou mulher porque se nasce com um pênis ou uma vagina, mas porque cada cultura – e diferentemente – torna cada um homens e mulheres e, em cada cultura e época histórica, variando os conceitos que instituem o que cada sociedade chamará de homem e mulher, entenderá por masculino e feminino. Uma das mais importantes contribuições da antropologia ao estudo da humanidade foi conseguir demonstrar que – assim como as formas de poder, economia, etc. – a sexualidade também se inscreve no rol de todas as criações humanas, constituindo mais um objeto social da ordem da linguagem, da cultura, do simbólico, não sendo a anatomia dos sexos nenhuma causa do destino sexual dos seres humanos. A ideia de um destino biológico como definidor do gênero sexual não se sustenta a menor prova do confronto com as descobertas da pesquisa etnológica. (Lamentavelmente, uma sociobiologia atual pretende trazer de volta um conjunto de teses reacionárias sobre destinos biológicos fixos que, embora toda tentativa de parecer uma revolução no conhecimento, merece ser chamada pelo seu verdadeiro nome: atraso em teoria. Depois de Marx, Durkheim, Freud, Claude Lévi-Strauss, Jacques Lacan, Simone de Beauvoir, Michel Foucault, Pierre Bourdieu, Françoise Héritier, Elisabeth Badinter, entre outros, falar de destino biológico do desejo sexual é cair no ridículo e atestar incompetência em conhecimento teórico.)
Relacionar a homossexualidade a causas biológicas (disfunção hormonal), psicológico (traumas infantis), social (isolamento, ausência feminina) ou outras causas é dar status científico ao preconceito moralista – fundamentalista – que quer fazer crer a todos que a única expressão normal da sexualidade humana seria a heterossexualidade porque seria sua forma natural. Hoje, não se pode mais aceitar a continuidade da aberração dessas explicações como fundamento para “teses científicas” ou como fundamento para a instituição do Direito, sabendo-se que até aqui, em muitas sociedades, os homossexuais continuam excluídos da cidadania plena. Os exemplos de poucas sociedades – entre as quais estão a França, Holanda, Dinamarca, Suécia, Noruega –, onde os homossexuais conquistaram a instituição de direitos que são reconhecimento de suas uniões, ou onde – não existindo o direito instituído – encontram-se os exemplos da vida de milhares de homossexuais na forma de pares que se amam, de gente que contribui com as artes, ciência, filosofia, política, etc. ou os simples anônimos, com suas vidinhas dignas e felizes (talvez não mais felizes apenas porque o preconceito não deixa), não têm sido bastante para demolir o preconceito.
Recentemente, vimos a Igreja Católica publicar seu Lexicon – que se pretende um “dicionário dos termos ambíguos” (sic.) –, poderíamos chamá-lo de dicionário do preconceito e do ódio, em que se pode ler a homossexualidade definida como “conflito psíquico não resolvido que a sociedade não pode institucionalizar”. Em todos os tempos, a Igreja Católica, como outras, tem contribuído com o fundamentalismo heterossexista, embora não se saiba bem compreender, pois, como é sabido, o número de homossexuais que a constitui é bastante elevado e, como se pretende uma instituição devotada a difundir o amor, paradoxalmente tem se dedicado a difundir a homofobia. Mas é também importante lembrar que, há mais de dez anos, a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças – com o aval de médicos e psicólogos. É verdadeiro que, no campo da psicologia, da psiquiatria e mesmo da psicanálise, ainda muito está por ser feito, pois o preconceito em torno da homossexualidade – disfarçado em diversas teorizações – revela-se também como uma extensão do fundamentalismo heterossexista nesses campos. Basta se saber que, até 1975, as sociedades de psicanálise não aceitavam homossexuais como psicanalistas. Atualmente, nas escolas de psicologia, muitos homossexuais ainda são cercados de desconfiança.
Tudo isso precisa ser denunciado e combatido. Com o lema “Contra os fundamentalismos, o fundamental é a gente!”, uma campanha educativa internacional tem procurado chamar a atenção de todos para as diversas faces do fundamentalismo no mundo hoje. A natureza crítica da campanha está em mostrar que existem muitas formas do fundamentalismo – o fundamentalismo econômico, político, moral, religioso, sexual, etc. – e todas elas formas pelas quais a dominação sobre povos, nações e pessoas se realiza sem que apareça com esse nome, mas justificada como “padrões morais”, “costumes”, “vontades divinas”, “verdades”, entre outras formas do discurso das instituições humanas que validam, não raramente, formas sociais que infelicitam e fazem sofrer emocional e psiquicamente tanta gente nas nossas sociedades. Assim, “Contra os fundamentalismos, sua boca é fundamental!” Abra a boca, faça a Crítica!
O PDF do artigo encontra-se AQUI.
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Tuesday, January 31, 2012
Luiz Mott entrega carta a Presidente Dilma
Recomendo especialmente esse texto para os que acham que não é necessário criminalizar a homofobia no Brasil.
LUIZ MOTT ENTREGA CARTA À PRESIDENTA DILMA:
HOMOCAUSTO: TODO DIA UM HOMOSSEXUAL É ASSASSINADO NO BRASIL NO GOVERNO DILMA
Fundador do Grupo Gay da Bahia entrega carta de protesto a Presidenta Dilma na Celebração do Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto em Salvador denunciando homofobia do governo federal e estadual
Hitler enviou para os campos de concentração mais de 300 mil homossexuais, segundo dados da Cruz Vermelha. No Brasil, nos últimos trinta anos, mais de 3.500 gays, travestis e lésbicas foram cruelmente assassinados, vítimas da homofobia cultural. De um“homocídio” a cada 3 dias na década anterior, em 2011 um LGBT foi assassinado a cada 36 horas e neste primeiro mês 2012, a homofobia aumentou a níveis insuportáveis: todo dia um homossexual é assassinado, fazendo do Brasil o campeão mundial de crimes homofóbicos.
Além da homofobia cultural, fruto do machismo e intolerância religiosa, vivemos inaceitável homofobia governamental: o veto da Presidenta Dilma ao Kit AntiHomofobia -aprovado pela Unesco e Conselho Federal de Psicologia, por chantagem de fundamentalistas evangélicos - deixou mais de 6 milhões de adolescentes sem informação vital sobre direitos humanos e de como erradicar o bullying que fere e provoca a evasão de tantas transexuais e travestis das escolas. A não implementação de um banco de dados oficiais sobre crimes contra homossexuais, prevista no Plano Nacional de Direitos Humanos II representa gravíssimo crime de prevaricação e homofobia federal, já que a impunidade estimula novos assassinatos de LGBT.
A Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia ao convidarem o fundador do Grupo Gay da Bahia, Prof. Luiz Mott, a acender uma das sete velas da Menorá, o cerimonial Candelabro Judeu, no dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, além de manifestar sua solidariedade aos demais grupos perseguidos pelo Nazismo - negros, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová –provoca a discussão sobre a urgência de estancar essa persistente crueldade contra as mesmas minorias sociais que continuam vítimas da intolerância contemporânea.
A entrega deste documento à Presidenta da República nesta celebração é a ocasião ideal para o Estado Brasileiro repensar estratégias e ativar políticas públicas eficazes para mais de 20 milhões de brasileiros e brasileiras homossexuais e transgêneros cuja esperança de vida vem diminuindo dramaticamente no atual governo federal e estadual: na Bahia, neste mês já foram assassinados oito LGBT, pelo sétimo ano campeã nacional de homocídios.
Presidenta Dilma e Governador Wagner: vossas inexistentes ou tímidas políticas públicas para a comunidade LGBT não estão dando certo! Não sejam cúmplices de tanto sangue gay derramado! Como disse a Senadora Martha Suplicy, “piorou a situação dos homossexuais no Brasil. Enquanto na Argentina tem casamento gay, no Brasil há espancamento!”
É no mínimo contraditório a Presidenta Dilma acender mais uma vela pelos mortos no Holocausto e continuar insensível ao Homocausto que todo dia ceifa a vida de um homossexual no país.
O Grupo Gay da Bahia exige a liberação imediata do Kit Antihomofobia, realização de campanha nacional de impacto contra crimes homofóbicos, criação de banco de dados sobre violência letal e não letal contra homossexuais e implementação em todos os estados da Coordenadoria e Conselho LGBT.
Luiz Mott
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FOLLOW-UP por LUIZ MOTT depois do evento
(30/01/12)
DILMA FALA DE NOVO EM OPÇÃO SEXUAL NO DIA DO HOLOCAUSTO
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FOLLOW-UP por LUIZ MOTT depois do evento
(30/01/12)
DILMA FALA DE NOVO EM OPÇÃO SEXUAL NO DIA DO HOLOCAUSTO
Acabo de voltar da cerimônia Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto no Fórum Ruy Barbosa, Salvador. Grande esquema de segurança, auditório cheio, aos homens foi oferecido o quipá, aquele gorrinho usado pelos judeus religiosos. Representantes das confederações e associações judaicas, pais de santo, o cardeal honorário da Bahia, as ministras da reparação racial e dos direitos humanos, muitos deputados, senadores, prefeitos, juízes, etc.
Convidaram representantes de grupos perseguidos pelos nazistas para acender seis grandes velas colocadas numa mesa próxima ao assento das autoridades, entre esses, eu como representante do Grupo Gay da Bahia. Na minha vez, levantei a bandeira do arco iris, sendo aplaudido. Alguns dos oradores lembraram que além dos judeus, também foram perseguidos e executados homossexuais, ciganos, negros, testemunhas de jeová, comunistas, etc. Na sua fala, a P.Dilma disse que seu governo é contra qualquer discriminação "racial, por opção sexual".
Não consegui entregar em mãos à Presidenta nossa carta de protesto contra o HOMOCAUSTO praticado em nosso país com omissão do governo federal. Mas distribuí fartamente aos jornalistas, espero que saia nos jornais.
Monday, January 30, 2012
Mudança de estado civil
Casamos!
No dia 17 de janeiro oficializamos o nosso relacionamento de 25 anos.
Matéria na Gazeta
Matéria na TV Tribunal
Estamos infinitamente felizes.
Wednesday, December 28, 2011
The Beauty of LaTeX
Recomendo fortemente o texto de Dario Taraborelli "The Beauty of LaTeX". Em poucas linhas ele traça um panorama claro das vantagens estéticas desta magnífica plataforma de preparação de documentos. Ele ainda fornece referências muito interessantes.
Friday, July 8, 2011
DIGA NÃO AO SACRIFÍCIO DE ANIMAIS
"O GRITO DO BICHO": DIGA NÃO AO SACRIFÍCIO DE ANIMAIS Acredite no que quiser, mas que os bichos não paguem por isso!
Thursday, July 7, 2011
Karl Popper e a Filosofia da Ciência
O texto disponível aqui permite ter uma ideia do que se tratam as disciplinas Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico e Epistemologia e Metodologia Científica, tal como as leciono no IC da Ufal.
Friday, July 1, 2011
Thursday, June 30, 2011
Passeatas diferentes
Folha de São Paulo, 30 de junho de 2011
CONTARDO CALLIGARIS
Passeatas diferentes
Por que alguém desfila para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
DOMINGO PASSADO, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento. Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência "ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".
Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.
Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser "comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites da aceitação social.
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica: com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito à diferença de cada um de nós.
O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23), também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém quiser.
Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas contra homossexuais e libertários.
Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas, que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem repressão para os outros.
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a reprimi-lo nos outros.
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar, tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.
Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida, abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas por tudo o que ela impede.
Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica: quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros: reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a nossa.
ccalligari@uol.com.br
@ccalligaris
CONTARDO CALLIGARIS
Passeatas diferentes
Por que alguém desfila para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
DOMINGO PASSADO, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento. Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência "ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".
Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.
Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser "comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites da aceitação social.
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica: com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito à diferença de cada um de nós.
O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23), também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém quiser.
Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas contra homossexuais e libertários.
Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas, que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem repressão para os outros.
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a reprimi-lo nos outros.
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar, tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.
Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida, abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas por tudo o que ela impede.
Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica: quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros: reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a nossa.
ccalligari@uol.com.br
@ccalligaris
Wednesday, June 29, 2011
Evangelicals, evolution and atheism: the 2011 Pew Foundation survey
A matéria original foi postada em http://whyevolutionistrue.wordpress.com/2011/06/29/evangelicals-evolution-and-atheism-the-2011-pew-foundation-survey/
Evangelicals, evolution and atheism: the 2011 Pew Foundation survey
This is a guest piece by reader Sigmund, who read the entire 100-odd page Pew survey. My thanks for his written take on it.
Compared to most developed nations, the proportion of evangelical Christians in the USA is far higher. In 2004 they comprised 26.3% of the population. At the same time, the level of acceptance of the theory of evolution is significantly lower. The question of whether there is a direct connection between evangelicals and the rejection of evolution has been difficult to quantify, however, since most surveys to date have not separated specific religious subgroups.
This issue has now been addressed in a new survey released by the Pew Research Forum on Religion and Public Life, who polled the opinions of evangelical leaders attending last year’s Lausanne Congress on World Evangelization.
A quick background on the Lausanne Congress is in order. The number of evangelical Christians has risen worldwide from about 80 million in 1910, 90% of whom lived in the US or Europe, to over 260 million today—the majority of whom live outside Europe or the USA. The first international congress of worldwide evangelical leaders was organized by Billy Graham in Lausanne, Switzerland in 1974, followed by the second in 1989 in Manila.
The current survey involved attendees of the third convention, which took place in Cape Town, South Africa, in October 2010. This congress brought together over 4000 evangelical leaders from across the globe in numbers representative of the proportion of evangelical Christians in each region. Viewing this as the perfect opportunity to gauge what the leaders of the worldwide evangelical community feel about a wide variety of contentious issues, the Pew Research Center devised a questionnaire that was sent to all attendees, the majority of whom completed it.
The full survey summarizes evangelical opinions on a wide variety of topics, and is available from this link. Here I’ll concentrate on the results of a subset of questions of special relevance to the readers of this site.
Evangelicals and Evolution
First, and probably of no surprise to anyone, is the result of the question regarding acceptance of the scientific theory of evolution. The survey posed the question:
“Which statement comes closest to your own views?” - the options being:
Humans and other living things have evolved over time due to natural processes such as natural selection.
A supreme being guided the evolution of living things for the purpose of creating humans and other life in the form it exists today.
Humans and other living things have existed in their present form since the beginning of time.
In other words the choices are evolution, intelligent design of the Michael Behe variety, and standard creationism. It is important to note that the Pew foundation used a wording for the evolution option that, unlike some previous surveys, doesn’t specifically exclude a role for God: for instance, someone who believes that God set up the laws of nature and that biological evolution is just one of the consequences of these laws should answer option A.
What proportion of evangelicals accept the scientific theory of evolution?
The answer is 3%
Almost half (47%) of respondents opted for traditional creationism, while 41% chose intelligent design. Not exactly testament (ahem) to the success of BioLogos in convincing evangelicals to accept biological evolution. Bearing in mind that surveys of this type usually have a margin of error of several percentage points (surveys of atheists occasionally show a similar percentage answering that they believe in God!), one can read this result as a unanimous rejection by this community of the scientific consensus on biological evolution.
To put the 3% figure in perspective, it is the same as the percentage of evangelicals who answered that it is not “essential to follow the teachings of Christ in one’s personal and family life”: pretty much the defining feature of evangelical Christianity. Furthermore, the 3% figure for support of evolution by evangelicals was consistent across all geographic regions.
BioLogos, in trying to convince evangelical Christians to accept evolution while keeping their religion, may be tacking an almost insurmountable problem. Rejection of evolution is not simply a theological side issue in evangelical Christianity, but appears to be a defining feature.
The Problem of Atheism
Evangelical Christianity, as a whole, tends to more prevalent in countries with higher levels of religiosity. Regions such as the USA, South America and sub-Saharan Africa have large numbers of Evangelical Christians in contrast to Northern Europe. Most evangelicals attending this congress, then, will have come from countries with a low percentage of atheists in their population.
This makes it all the more surprising that the number one issue seen as a threat to Evangelicism was “The influence of secularism” (secularism and atheism/non belief in God is frequently used within the survey as meaning the same thing). 71% of evangelicals saw this as a major threat while 20% viewed it as a minor threat. In comparison, the influence of Islam is seen as a major threat by 47% of evangelicals and government restrictions on religion by 22%.
Taking these figures into account, we can perhaps see why atheists figure prominently in another survey result—the views of other religious traditions.
Atheists are the number one most hated group by evangelicals, 70% of whom say they have an unfavorable opinion of atheists, although Buddhists, Hindus and Muslims (65%, 65% and 67% unfavorable, respectively) are close behind.
Curiously, though, when asked about how they perceive the friendliness of other religious groups towards evangelicals, only a minority of evangelicals (45%) view atheists as unfriendly, with most perceiving atheists as either neutral (49%) or friendly (8%). The figures for the perceived friendliness of atheists are very similar to those of Jews, Buddhists and Hindus—Muslims were the exception, with 69% of evangelicals perceiving them as unfriendly towards evangelicals.
So, compared to other non Christian groups, atheists are not perceived as particularly unfriendly towards evangelicals, yet we are by far the most hated group. Perhaps it’s our inherent tendency towards violence that is the problem (remember Stalin!)
Apparently not. The survey asked whether some religions were more prone to violence than others. Despite atheism being one of the possible answers in this question, not a single evangelical answered that atheism was prone to violence. Considering that some of the evangelicals at the conference will have come from countries in Northern Europe with atheist majorities, they would have been aware if the gradual drop in Northern European religiosity resulted in believers getting carted off to the killing fjords.
So, on to the final mention of atheists in the survey.
Guess who evangelicals see as the top priority for evangelization?
Yes! It’s us again!
73% of evangelicals view the non-religious as the top target for evangelization.
This compares to 59% voting for Muslims and 27% for Jews.
Unfortunately, the survey only hints at how this evangelization process might proceed. When asked about their missionary position evangelicals were firm: the vast majority (86%) viewed using local missionaries, rather than sending in outsiders, to try to convert people of a different belief.
In terms of converting atheists, though, this seems problematic.
Evangelicals trying to convert atheists would need a missionary who is an atheist yet agrees with them on many core issues. This missionary would need to have an almost irrational hatred for outspoken atheism, a love of religious belief and an almost uncanny ability to get up atheists’ noses. Where on earth will they find someone like that?
OK, now that we’ve covered the serious stuff in the survey, we can look at the answers to the set of humorous questions that some comedian on the staff of the Pew foundation slipped in for a laugh.
First, remember how everyone agreed that Harold Camping was a lunatic for telling everyone who would listen that Jesus was about to return to Earth to rapture up to heaven a subset of believers, leaving the rest of us to suffer a seven year period of tribulation? Well apparently ‘everyone’ did not include the evangelical community, an overall majority of whom answered that Jesus will return during their lifetimes (44% say probably and 8% say he will definitely return) and that the rapture and tribulation will occur (61% agree).
There also appears to be a curious hatred for “Yoga as a spiritual practice” amongst evangelicals, with 92% saying that it is incompatible with evangelical Christianity. One suspects that an intervention by Chris Mooney and Elaine Howard Ecklund is required (these evangelicals are clearly interpreting the word “spiritual” the wrong way, aren’t they?)
Of particular interest in this survey is the direct connection many of the leadership of the evangelical community appear to have with God Himself.
“Nearly all the evangelical leaders surveyed (94%) say they have received a direct answer to a specific prayer request at some point in the past.”
Is God Confused?
Despite this direct line to the top, there seems to be a curious variation in what God is telling different leaders, especially when you ask evangelicals who come from North America and Europe (Global North) compared to evangelicals from the Middle East and Africa (Global South). For instance God seems very confused about alcohol.
“A majority (73%) of the leaders from the Global North consider alcohol consumption to be compatible with being a good evangelical Christian. By contrast, a similarly large majority of the leaders from the Global South (75%) say alcohol consumption is not compatible with being a good evangelical.”
And that’s not all.
Despite 84% of worldwide evangelical leaders saying that homosexuality should be discouraged, a majority of evangelical leaders (51%) from South and Central America answered that homosexuality should be accepted by society.
What’s more, there appears to be a marked difference in views on how women should be treated.
“Among U.S. leaders, 44% agree women should stay at home, while 53% disagree. Leaders in Europe, however, reject the idea of women staying at home by a more than two-to-one margin, 69% to 28%.”
and
“European leaders (62%) and North American leaders (54%) are especially likely to reject the idea that a wife must always obey her husband. On the other hand, upwards of 60% of leaders from sub-Saharan Africa, the Middle East-North Africa and the Asia-Pacific region agree that a wife must always obey her.
The secularist might suspect that major differences in fundamental beliefs (acceptance of homosexuality, treatment of women, whether it is acceptable to drink alcohol) might be due, not to revelatory instructions from on high (after all, all of these folks purport to believe in the same Scripture), but to underlying social conditions such as the level of education of the population, whether there is an adequate social welfare and healthcare system in place, and the value placed on knowledge, equality and freedom of expression.
Summary
In conclusion, we can look at this report as an important and informative study of a group we need to take seriously due to their numbers and influence. Harold Camping gets mocked by TV networks and ignored by those in power, while Rick Warren gets a slot on the Presidential podium.
While evangelicals’ opinions on social matters vary depending on the social norms of their locality, we find that rejection of evolution by evangelicals is universal. Finally, we note that the greatest perceived threat to evangelical Christianity is the effect of the non-religious.
Well, at least they got that one right!
Evangelicals, evolution and atheism: the 2011 Pew Foundation survey
This is a guest piece by reader Sigmund, who read the entire 100-odd page Pew survey. My thanks for his written take on it.
Compared to most developed nations, the proportion of evangelical Christians in the USA is far higher. In 2004 they comprised 26.3% of the population. At the same time, the level of acceptance of the theory of evolution is significantly lower. The question of whether there is a direct connection between evangelicals and the rejection of evolution has been difficult to quantify, however, since most surveys to date have not separated specific religious subgroups.
This issue has now been addressed in a new survey released by the Pew Research Forum on Religion and Public Life, who polled the opinions of evangelical leaders attending last year’s Lausanne Congress on World Evangelization.
A quick background on the Lausanne Congress is in order. The number of evangelical Christians has risen worldwide from about 80 million in 1910, 90% of whom lived in the US or Europe, to over 260 million today—the majority of whom live outside Europe or the USA. The first international congress of worldwide evangelical leaders was organized by Billy Graham in Lausanne, Switzerland in 1974, followed by the second in 1989 in Manila.
The current survey involved attendees of the third convention, which took place in Cape Town, South Africa, in October 2010. This congress brought together over 4000 evangelical leaders from across the globe in numbers representative of the proportion of evangelical Christians in each region. Viewing this as the perfect opportunity to gauge what the leaders of the worldwide evangelical community feel about a wide variety of contentious issues, the Pew Research Center devised a questionnaire that was sent to all attendees, the majority of whom completed it.
The full survey summarizes evangelical opinions on a wide variety of topics, and is available from this link. Here I’ll concentrate on the results of a subset of questions of special relevance to the readers of this site.
Evangelicals and Evolution
First, and probably of no surprise to anyone, is the result of the question regarding acceptance of the scientific theory of evolution. The survey posed the question:
“Which statement comes closest to your own views?” - the options being:
Humans and other living things have evolved over time due to natural processes such as natural selection.
A supreme being guided the evolution of living things for the purpose of creating humans and other life in the form it exists today.
Humans and other living things have existed in their present form since the beginning of time.
In other words the choices are evolution, intelligent design of the Michael Behe variety, and standard creationism. It is important to note that the Pew foundation used a wording for the evolution option that, unlike some previous surveys, doesn’t specifically exclude a role for God: for instance, someone who believes that God set up the laws of nature and that biological evolution is just one of the consequences of these laws should answer option A.
What proportion of evangelicals accept the scientific theory of evolution?
The answer is 3%
Almost half (47%) of respondents opted for traditional creationism, while 41% chose intelligent design. Not exactly testament (ahem) to the success of BioLogos in convincing evangelicals to accept biological evolution. Bearing in mind that surveys of this type usually have a margin of error of several percentage points (surveys of atheists occasionally show a similar percentage answering that they believe in God!), one can read this result as a unanimous rejection by this community of the scientific consensus on biological evolution.
To put the 3% figure in perspective, it is the same as the percentage of evangelicals who answered that it is not “essential to follow the teachings of Christ in one’s personal and family life”: pretty much the defining feature of evangelical Christianity. Furthermore, the 3% figure for support of evolution by evangelicals was consistent across all geographic regions.
BioLogos, in trying to convince evangelical Christians to accept evolution while keeping their religion, may be tacking an almost insurmountable problem. Rejection of evolution is not simply a theological side issue in evangelical Christianity, but appears to be a defining feature.
The Problem of Atheism
Evangelical Christianity, as a whole, tends to more prevalent in countries with higher levels of religiosity. Regions such as the USA, South America and sub-Saharan Africa have large numbers of Evangelical Christians in contrast to Northern Europe. Most evangelicals attending this congress, then, will have come from countries with a low percentage of atheists in their population.
This makes it all the more surprising that the number one issue seen as a threat to Evangelicism was “The influence of secularism” (secularism and atheism/non belief in God is frequently used within the survey as meaning the same thing). 71% of evangelicals saw this as a major threat while 20% viewed it as a minor threat. In comparison, the influence of Islam is seen as a major threat by 47% of evangelicals and government restrictions on religion by 22%.
Taking these figures into account, we can perhaps see why atheists figure prominently in another survey result—the views of other religious traditions.
Atheists are the number one most hated group by evangelicals, 70% of whom say they have an unfavorable opinion of atheists, although Buddhists, Hindus and Muslims (65%, 65% and 67% unfavorable, respectively) are close behind.
Curiously, though, when asked about how they perceive the friendliness of other religious groups towards evangelicals, only a minority of evangelicals (45%) view atheists as unfriendly, with most perceiving atheists as either neutral (49%) or friendly (8%). The figures for the perceived friendliness of atheists are very similar to those of Jews, Buddhists and Hindus—Muslims were the exception, with 69% of evangelicals perceiving them as unfriendly towards evangelicals.
So, compared to other non Christian groups, atheists are not perceived as particularly unfriendly towards evangelicals, yet we are by far the most hated group. Perhaps it’s our inherent tendency towards violence that is the problem (remember Stalin!)
Apparently not. The survey asked whether some religions were more prone to violence than others. Despite atheism being one of the possible answers in this question, not a single evangelical answered that atheism was prone to violence. Considering that some of the evangelicals at the conference will have come from countries in Northern Europe with atheist majorities, they would have been aware if the gradual drop in Northern European religiosity resulted in believers getting carted off to the killing fjords.
So, on to the final mention of atheists in the survey.
Guess who evangelicals see as the top priority for evangelization?
Yes! It’s us again!
73% of evangelicals view the non-religious as the top target for evangelization.
This compares to 59% voting for Muslims and 27% for Jews.
Unfortunately, the survey only hints at how this evangelization process might proceed. When asked about their missionary position evangelicals were firm: the vast majority (86%) viewed using local missionaries, rather than sending in outsiders, to try to convert people of a different belief.
In terms of converting atheists, though, this seems problematic.
Evangelicals trying to convert atheists would need a missionary who is an atheist yet agrees with them on many core issues. This missionary would need to have an almost irrational hatred for outspoken atheism, a love of religious belief and an almost uncanny ability to get up atheists’ noses. Where on earth will they find someone like that?
OK, now that we’ve covered the serious stuff in the survey, we can look at the answers to the set of humorous questions that some comedian on the staff of the Pew foundation slipped in for a laugh.
First, remember how everyone agreed that Harold Camping was a lunatic for telling everyone who would listen that Jesus was about to return to Earth to rapture up to heaven a subset of believers, leaving the rest of us to suffer a seven year period of tribulation? Well apparently ‘everyone’ did not include the evangelical community, an overall majority of whom answered that Jesus will return during their lifetimes (44% say probably and 8% say he will definitely return) and that the rapture and tribulation will occur (61% agree).
There also appears to be a curious hatred for “Yoga as a spiritual practice” amongst evangelicals, with 92% saying that it is incompatible with evangelical Christianity. One suspects that an intervention by Chris Mooney and Elaine Howard Ecklund is required (these evangelicals are clearly interpreting the word “spiritual” the wrong way, aren’t they?)
Of particular interest in this survey is the direct connection many of the leadership of the evangelical community appear to have with God Himself.
“Nearly all the evangelical leaders surveyed (94%) say they have received a direct answer to a specific prayer request at some point in the past.”
Is God Confused?
Despite this direct line to the top, there seems to be a curious variation in what God is telling different leaders, especially when you ask evangelicals who come from North America and Europe (Global North) compared to evangelicals from the Middle East and Africa (Global South). For instance God seems very confused about alcohol.
“A majority (73%) of the leaders from the Global North consider alcohol consumption to be compatible with being a good evangelical Christian. By contrast, a similarly large majority of the leaders from the Global South (75%) say alcohol consumption is not compatible with being a good evangelical.”
And that’s not all.
Despite 84% of worldwide evangelical leaders saying that homosexuality should be discouraged, a majority of evangelical leaders (51%) from South and Central America answered that homosexuality should be accepted by society.
What’s more, there appears to be a marked difference in views on how women should be treated.
“Among U.S. leaders, 44% agree women should stay at home, while 53% disagree. Leaders in Europe, however, reject the idea of women staying at home by a more than two-to-one margin, 69% to 28%.”
and
“European leaders (62%) and North American leaders (54%) are especially likely to reject the idea that a wife must always obey her husband. On the other hand, upwards of 60% of leaders from sub-Saharan Africa, the Middle East-North Africa and the Asia-Pacific region agree that a wife must always obey her.
The secularist might suspect that major differences in fundamental beliefs (acceptance of homosexuality, treatment of women, whether it is acceptable to drink alcohol) might be due, not to revelatory instructions from on high (after all, all of these folks purport to believe in the same Scripture), but to underlying social conditions such as the level of education of the population, whether there is an adequate social welfare and healthcare system in place, and the value placed on knowledge, equality and freedom of expression.
Summary
In conclusion, we can look at this report as an important and informative study of a group we need to take seriously due to their numbers and influence. Harold Camping gets mocked by TV networks and ignored by those in power, while Rick Warren gets a slot on the Presidential podium.
While evangelicals’ opinions on social matters vary depending on the social norms of their locality, we find that rejection of evolution by evangelicals is universal. Finally, we note that the greatest perceived threat to evangelical Christianity is the effect of the non-religious.
Well, at least they got that one right!
Tuesday, June 28, 2011
Aos detratores do direitos LGBT: Porque reconhecer a legitimidade da homoafetividade não é o mesmo que abrir caminho para a pedofilia?
A matéria original está disponível em http://www.foradoarmario.net/2011/06/eli-vieira-autor-desse-texto-e.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+ForaDoArmrio+%28Fora+do+Arm%C3%A1rio%29
A maioria dos seres humanos muda completamente de atitude quando aprende que ser canhoto, por exemplo, é sim uma questão biológica em vez de preferência ou escolha. O fato de os canhotos, hoje, não passarem mais por tortura na escola (com professoras tentando obrigá-los a usar a mão em que têm menos “destreza”) pode ser em parte atribuído a campanhas de conscientização de que diferenças devem ser respeitadas, não eliminadas a ferro e fogo, e as diferenças mais marcantes são aquelas de natureza, não as de cultura (mais carregadas da marca das escolhas).
O fato da palavra “destreza” significar o que significa, e ter a etimologia que tem, já é evidência desse preconceito tolo no passado.
A mudança de mentalidade de “escolha/opção” para “natureza” foi crucial para emancipar a “normalidade” dos canhotos. Tanto quanto está sendo para emancipar os homossexuais.
Você pode até ter o fundamento moral de que todas, ou ao menos a maioria das escolhas, merecem respeito tanto quanto condições naturais de indivíduos.
Mas isso está muito longe da atitude da maioria dos seres humanos, e se o exemplo dos canhotos não convence, convido a pensar no exemplo do autismo, em que até pouco tempo atrás era atribuído às escolhas educacionais das “mães geladeiras”.
Demonstrar a “naturalidade” do autismo foi e ainda é primordial para mudar a atitude da sociedade para com os autistas e as mães deles, incluindo a atitude da comunidade médica.
Das pesquisas neurobiológicas que existem sobre a homossexualidade, pode-se concluir que, quaisquer que sejam suas causas, escolha é a menos corroborada de todas.
A homossexualidade pode resultar de condições iniciais de desenvolvimento ontogenético (hipótese de ambiente hormonal do útero - que tem caído em desuso). Pode resultar de fatores ambientais MOLDANDO as vias de desenvolvimento que o organismo constrói usando a planta dos genes. Mas o papel dos genes na homossexualidade, tanto quanto na cor da pele, não pode mais ser negado nem ignorado. Até mesmo por razões evolutivas, pois não se espera que a seleção natural tenha favorecido sistemas neurológicos de detecção de parceiros sexuais com baixa participação dos recursos genéticos em seu desenvolvimento. Ou seja, não se espera que na evolução uma coisa tão importante para a sobrevivência e a reprodução quanto o comportamento sexual seja sujeito à maleabilidade cultural absoluta.
Quem confunde isso com determinismo genético precisa aprender a diferença entre genética mendeliana e genética molecular, entre característica monogênica e característica multifatorial (complexa). E também que identidade de gênero é uma coisa bem diferente de orientação sexual.
Por maior que seja o papel do ambiente na homossexualidade, não há fundamento algum para afirmar que é uma escolha, assim como não há fundamento para afirmar que o autismo resulta da preferência da “mãe-geladeira” por um certo tipo de educação.
Pedofilia também tem a “naturalidade” da homossexualidade, do canhotismo e do autismo? Pode ser, mas não é apenas essa naturalidade que torna homossexualidade, canhotismo e autismo “aceitáveis” ou ao menos “indignos de condenação”. Uma análise ética mais elaborada é feita da natureza desses comportamentos, incluindo os efeitos que têm em outras pessoas, informada pelo grau com que esses comportamentos são influenciados por recursos que escapam ao alcance do arbítrio de quem os manifesta.
Muita coisa na moralidade deve ser pensada em torno dos efeitos para com as partes envolvidas na questão moral a ser julgada, principalmente se as partes são seres humanos plenamente capazes e autônomos.
Pedofilia é um ato moralmente condenável porque uma das partes está em desvantagem - ontogenética, psicológica, autoritativa e até legal.
Se crianças sofrem por serem molestadas por pedófilos, elas são afetadas independentemente da cultura em que estão, porque são tolhidas em seu desenvolvimento biopsicossocial. É por isso que a pedofilia é transtorno do pedófilo, não da cultura.
Isso não acontece na homossexualidade. As partes envolvidas são adultos plenamente capazes em suas faculdades mentais e de arbítrio. Por isso, se o gay sofre por ser gay, quem é doente é a cultura em que ele vive.
Se a pedofilia for tão biologicamente fundamentada quanto a homossexualidade, isso significa que o pedófilo também não escolhe ser pedófilo (o que com toda a probabilidade é o caso), mas isso não é uma premissa para justificar que crianças sejam molestadas. A natureza de alguém não deve servir para ferir os direitos e a dignidade alheia. Então o pedófilo é condenável na medida em que cede a seus impulsos e abusa de crianças, e não por ser o que é, pois ele pode ser pedófilo apenas em pensamento e jamais praticar.
Crianças não são exatamente seres assexuados, muitas brincando se descobrem sexualmente. Mas crianças estão longe de serem organismos maduros para o sexo, elas devem ser protegidas de qualquer tentativa por parte de adultos neste sentido. Infelizmente, em algumas culturas, como algumas islâmicas, meninas de 9 a 13 anos servem de esposas para homens adultos. Muitas morrem de hemorragia interna após a noite de núpcias. No Afeganistão existe uma prática vergonhosa de prostituição de meninos, que são vendidos como escravos sexuais e obrigados a dançar com vestimentas femininas. E no Brasil não é baixo o número de famílias em que o molestador da criança muitas vezes é o próprio pai ou um parente próximo.
É absurdo comparar homossexualidade à pedofilia. Duas mulheres adultas ou dois homens adultos se desejando mutuamente estão realizando o direito dos dois à felicidade. Se a política está cogitando colocar o direito à felicidade na Constituição, é bom levar em conta que para essa parte da população brasileira, é só assim que a felicidade pode se realizar.
Quanto ao incesto, existem evidências de que sua condenação é quase universal nas culturas humanas, exceto em conjunturas como a manutenção de linhagens reais como a egípcia. A amplamente corroborada teoria de Westermarck dita que crianças criadas juntas até uma certa idade não se sentem compelidas na vida adulta a terem relações sexuais. Funciona até para crianças não aparentadas que cresceram juntas muito cedo em escolas. Isso é uma evidência de que existe um aparato mental de detecção de parentesco entre os seres humanos, que funciona inconscientemente. Se está em nossos cérebros, evoluiu. A genética explica muito bem por que razões o cruzamentos consanguíneos são indesejáveis: leva à dose dupla de alelos deletérios na prole, por isso o conhecimento popular já dita que filhos de primos em primeiro grau ou de pais irmãos têm alta chance de nascerem com deformidades.
Mas este é o aspecto reprodutivo da questão do incesto, e o aspecto evolutivo para as razões pelas quais ele nos provoca repulsa. Dois irmãos que jamais se conheceram na infância podem se encontrar na vida adulta, não saber que são irmãos e começar um relacionamento marital. Acontece, e é uma questão de baixas probabilidades que vêm à tona. O que há para condenar nisso? Ainda há a questão reprodutiva, mas e se forem estéreis?
Se só você conhecesse um casal de irmãos, e só você soubesse que são irmãos, e que são estéreis, você deveria condenar a relação deles contando o que sabe, ou deveria ficar em silêncio e não interferir?
É muito difícil decidir esse tipo de coisa, moral não é matemática. Nossa sorte é que é raro de acontecer. Por isso, para todo caso raro, devemos estar preparados para debater e ouvir o que as partes interessadas têm a dizer.
Alguns pedófilos vão querer defender um suposto direito de se relacionarem maritalmente com crianças, outros pedófilos dirão que abominam marcar e ferir psicologicamente uma criança indefesa e pedirão drogas para cortar a libido.
Casais incestuosos poderão armar fraudes em documentações para se casarem e até podem querer ter filhos. O Estado deve intervir para que se separem, ou para que não se reproduzam?
Respostas a esses dilemas devem ser debatidas. Abrir livros supersticiosos antigos e ler palavras de ordem neles escritas nada ajuda na resolução desses problemas.
A maioria dos seres humanos muda completamente de atitude quando aprende que ser canhoto, por exemplo, é sim uma questão biológica em vez de preferência ou escolha. O fato de os canhotos, hoje, não passarem mais por tortura na escola (com professoras tentando obrigá-los a usar a mão em que têm menos “destreza”) pode ser em parte atribuído a campanhas de conscientização de que diferenças devem ser respeitadas, não eliminadas a ferro e fogo, e as diferenças mais marcantes são aquelas de natureza, não as de cultura (mais carregadas da marca das escolhas).
O fato da palavra “destreza” significar o que significa, e ter a etimologia que tem, já é evidência desse preconceito tolo no passado.
A mudança de mentalidade de “escolha/opção” para “natureza” foi crucial para emancipar a “normalidade” dos canhotos. Tanto quanto está sendo para emancipar os homossexuais.
Você pode até ter o fundamento moral de que todas, ou ao menos a maioria das escolhas, merecem respeito tanto quanto condições naturais de indivíduos.
Mas isso está muito longe da atitude da maioria dos seres humanos, e se o exemplo dos canhotos não convence, convido a pensar no exemplo do autismo, em que até pouco tempo atrás era atribuído às escolhas educacionais das “mães geladeiras”.
Demonstrar a “naturalidade” do autismo foi e ainda é primordial para mudar a atitude da sociedade para com os autistas e as mães deles, incluindo a atitude da comunidade médica.
Das pesquisas neurobiológicas que existem sobre a homossexualidade, pode-se concluir que, quaisquer que sejam suas causas, escolha é a menos corroborada de todas.
A homossexualidade pode resultar de condições iniciais de desenvolvimento ontogenético (hipótese de ambiente hormonal do útero - que tem caído em desuso). Pode resultar de fatores ambientais MOLDANDO as vias de desenvolvimento que o organismo constrói usando a planta dos genes. Mas o papel dos genes na homossexualidade, tanto quanto na cor da pele, não pode mais ser negado nem ignorado. Até mesmo por razões evolutivas, pois não se espera que a seleção natural tenha favorecido sistemas neurológicos de detecção de parceiros sexuais com baixa participação dos recursos genéticos em seu desenvolvimento. Ou seja, não se espera que na evolução uma coisa tão importante para a sobrevivência e a reprodução quanto o comportamento sexual seja sujeito à maleabilidade cultural absoluta.
Quem confunde isso com determinismo genético precisa aprender a diferença entre genética mendeliana e genética molecular, entre característica monogênica e característica multifatorial (complexa). E também que identidade de gênero é uma coisa bem diferente de orientação sexual.
Por maior que seja o papel do ambiente na homossexualidade, não há fundamento algum para afirmar que é uma escolha, assim como não há fundamento para afirmar que o autismo resulta da preferência da “mãe-geladeira” por um certo tipo de educação.
Pedofilia também tem a “naturalidade” da homossexualidade, do canhotismo e do autismo? Pode ser, mas não é apenas essa naturalidade que torna homossexualidade, canhotismo e autismo “aceitáveis” ou ao menos “indignos de condenação”. Uma análise ética mais elaborada é feita da natureza desses comportamentos, incluindo os efeitos que têm em outras pessoas, informada pelo grau com que esses comportamentos são influenciados por recursos que escapam ao alcance do arbítrio de quem os manifesta.
Muita coisa na moralidade deve ser pensada em torno dos efeitos para com as partes envolvidas na questão moral a ser julgada, principalmente se as partes são seres humanos plenamente capazes e autônomos.
Pedofilia é um ato moralmente condenável porque uma das partes está em desvantagem - ontogenética, psicológica, autoritativa e até legal.
Se crianças sofrem por serem molestadas por pedófilos, elas são afetadas independentemente da cultura em que estão, porque são tolhidas em seu desenvolvimento biopsicossocial. É por isso que a pedofilia é transtorno do pedófilo, não da cultura.
Isso não acontece na homossexualidade. As partes envolvidas são adultos plenamente capazes em suas faculdades mentais e de arbítrio. Por isso, se o gay sofre por ser gay, quem é doente é a cultura em que ele vive.
Se a pedofilia for tão biologicamente fundamentada quanto a homossexualidade, isso significa que o pedófilo também não escolhe ser pedófilo (o que com toda a probabilidade é o caso), mas isso não é uma premissa para justificar que crianças sejam molestadas. A natureza de alguém não deve servir para ferir os direitos e a dignidade alheia. Então o pedófilo é condenável na medida em que cede a seus impulsos e abusa de crianças, e não por ser o que é, pois ele pode ser pedófilo apenas em pensamento e jamais praticar.
Crianças não são exatamente seres assexuados, muitas brincando se descobrem sexualmente. Mas crianças estão longe de serem organismos maduros para o sexo, elas devem ser protegidas de qualquer tentativa por parte de adultos neste sentido. Infelizmente, em algumas culturas, como algumas islâmicas, meninas de 9 a 13 anos servem de esposas para homens adultos. Muitas morrem de hemorragia interna após a noite de núpcias. No Afeganistão existe uma prática vergonhosa de prostituição de meninos, que são vendidos como escravos sexuais e obrigados a dançar com vestimentas femininas. E no Brasil não é baixo o número de famílias em que o molestador da criança muitas vezes é o próprio pai ou um parente próximo.
É absurdo comparar homossexualidade à pedofilia. Duas mulheres adultas ou dois homens adultos se desejando mutuamente estão realizando o direito dos dois à felicidade. Se a política está cogitando colocar o direito à felicidade na Constituição, é bom levar em conta que para essa parte da população brasileira, é só assim que a felicidade pode se realizar.
Quanto ao incesto, existem evidências de que sua condenação é quase universal nas culturas humanas, exceto em conjunturas como a manutenção de linhagens reais como a egípcia. A amplamente corroborada teoria de Westermarck dita que crianças criadas juntas até uma certa idade não se sentem compelidas na vida adulta a terem relações sexuais. Funciona até para crianças não aparentadas que cresceram juntas muito cedo em escolas. Isso é uma evidência de que existe um aparato mental de detecção de parentesco entre os seres humanos, que funciona inconscientemente. Se está em nossos cérebros, evoluiu. A genética explica muito bem por que razões o cruzamentos consanguíneos são indesejáveis: leva à dose dupla de alelos deletérios na prole, por isso o conhecimento popular já dita que filhos de primos em primeiro grau ou de pais irmãos têm alta chance de nascerem com deformidades.
Mas este é o aspecto reprodutivo da questão do incesto, e o aspecto evolutivo para as razões pelas quais ele nos provoca repulsa. Dois irmãos que jamais se conheceram na infância podem se encontrar na vida adulta, não saber que são irmãos e começar um relacionamento marital. Acontece, e é uma questão de baixas probabilidades que vêm à tona. O que há para condenar nisso? Ainda há a questão reprodutiva, mas e se forem estéreis?
Se só você conhecesse um casal de irmãos, e só você soubesse que são irmãos, e que são estéreis, você deveria condenar a relação deles contando o que sabe, ou deveria ficar em silêncio e não interferir?
É muito difícil decidir esse tipo de coisa, moral não é matemática. Nossa sorte é que é raro de acontecer. Por isso, para todo caso raro, devemos estar preparados para debater e ouvir o que as partes interessadas têm a dizer.
Alguns pedófilos vão querer defender um suposto direito de se relacionarem maritalmente com crianças, outros pedófilos dirão que abominam marcar e ferir psicologicamente uma criança indefesa e pedirão drogas para cortar a libido.
Casais incestuosos poderão armar fraudes em documentações para se casarem e até podem querer ter filhos. O Estado deve intervir para que se separem, ou para que não se reproduzam?
Respostas a esses dilemas devem ser debatidas. Abrir livros supersticiosos antigos e ler palavras de ordem neles escritas nada ajuda na resolução desses problemas.
Friday, June 24, 2011
Será que Cristo suportaria ensinar algo atualmente?
O Sermão da montanha (versão para educadores)
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
– Em verdade, em verdade vos digo:
– Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
– Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
– Felizes os misericordiosos, porque eles…?
Pedro o interrompeu:
– Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
– É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
– Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
– Vai cair na prova?
João levantou a mão:
– Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
– O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
– Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
– Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
– Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
– Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
– Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
– Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
– Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
– Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
– Quais são os objetivos gerais e específicos?
– Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
– Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
– E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
– Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
– Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
– Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
– E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus disse: “Senhor, por que me abandonastes…”
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
– Em verdade, em verdade vos digo:
– Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
– Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
– Felizes os misericordiosos, porque eles…?
Pedro o interrompeu:
– Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
– É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
– Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
– Vai cair na prova?
João levantou a mão:
– Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
– O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
– Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
– Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
– Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
– Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
– Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
– Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
– Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
– Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
– Quais são os objetivos gerais e específicos?
– Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
– Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
– E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
– Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
– Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
– Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
– E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus disse: “Senhor, por que me abandonastes…”
Saturday, June 4, 2011
Meiji
Há algum tempo recomendei fortemente o Kansai como sendo o melhor restaurante japonês de Maceió. O sushi-man do Kansai agora tem seu próprio "point", o Meiji, e, como era de se esperar, o novo melhor restaurante de culinária japonesa da cidade mudou de endereço.
A modalidade de funcionamento é o rodízio. As peças são expostas no balcão em quantidades mínimas, e são constantemente repostas por Luciano, o sushi-man, e sua equipe. Recomendo o sashimi de peixe branco (meu preferido), o Bora-Bora e tudo o que seja de salmão.
Vale a pena conferir os pratos que Luciano prepara na hora, em particular os temakis.
O atendimento é impecável, o preço mais do que justo e o ambiente muito agradável.
Parada obrigatória em Maceió!
A modalidade de funcionamento é o rodízio. As peças são expostas no balcão em quantidades mínimas, e são constantemente repostas por Luciano, o sushi-man, e sua equipe. Recomendo o sashimi de peixe branco (meu preferido), o Bora-Bora e tudo o que seja de salmão.
Vale a pena conferir os pratos que Luciano prepara na hora, em particular os temakis.
O atendimento é impecável, o preço mais do que justo e o ambiente muito agradável.
Parada obrigatória em Maceió!
Tuesday, April 26, 2011
Sobre a bíblia
A Dra. Laura Schlessinger é uma radialista norte-americana de extrema-direita. Apesar de ser judia, ela é adorada pelos fundamentalistas evangélicos, uma vez que defendem rigorosamente os mesmos princípios. Seu discurso é tão virulento que o programa que apresenta nos EUA foi proibido no Canadá, onde a lei proíbe a pregação de ódio contra minorias. Há cerca de três anos, ela causou furor ao condenar o homossexualismo com base nas Escrituras, uma vez que em Levítico 18:22 tal prática é considerada uma abominação. E emendou: "A Palavra de Deus é eterna e imutável". A afirmação fez com que um anônimo internauta escrevesse a pérola abaixo:
Querida Dra. Laura:
Obrigado por fazer tanto para educar as pessoas a respeito das Leis de Deus. Aprendi muito com seu programa e tento compartilhar esse conhecimento com o maior número possível de pessoas. Quando alguém tenta defender o estilo de vida homossexual, por exemplo, eu simplesmente lembro-lhe que Levítico 18:22 claramente classifica isso como abominação. Fim da argumentação.
Entretanto, eu preciso de conselho seu a respeito de outras leis bíblicas e como segui-las da melhor maneira. Em especial:
* Quando eu queimo um touro no altar como sacrifício, sei que isso cria um odor suave ao Senhor (Levítico 1:9). O problema é com meus vizinhos. Eles dizem que o odor não lhes é agradável. Devo castigá-los?
* Eu gostaria de vender minha filha como escrava, conforme autorizado em Êxodo 21:7. Na sua opinião, qual seria o preço justo que eu deveria pedir por ela hoje em dia?
* Eu sei que não posso ter contato com uma mulher quando ela está no seu período de impureza menstrual (Levítico 15:19-24). O problema é como saber. Eu tentei perguntar, mas a maioria das mulheres se ofende.
* Levítico 25:44 sustenta que eu posso ter escravos, homens e mulheres, desde que comprados de nações vizinhas. Um amigo meu afirma que isso se aplica aos mexicanos, mas não aos canadenses. Pode esclarecer? Por que não posso ter escravos canadenses?
* Tenho vizinhos que insistem em trabalhar no dia sagrado (sábado para os judeus, domingo para os cristão). Êxodo 35:2 sustenta claramente que eles devem ser mortos. Estou moralmente obrigado a matá-los eu mesmo?
* Um amigo meu acha que, embora comer crustáceos seja uma abominação (Levítico 11:10-11), é uma abominação menor que o homossexualismo. Eu discordo. Qual de nós está certo?
* Levítico 21:20 afirma que não devo me aproximar do altar de Deus se tiver um defeito em minha vista. Tenho que admitir que uso óculos de leitura. Minha visão precisa ser 20/20 ou há alguma flexibilidade aí?
* A maior parte dos meus amigos homens usa o cabelo aparado, incluindo o cabelo das têmporas, apesar disso ser expressamente proibido em Levítico 19:27. De que forma eles devem morrer?
* Meu tio tem uma fazenda. Ele viola Levítico 19:19 plantando duas culturas diferentes no mesmo campo, assim como sua mulher ao usar roupas feitas de dois tecidos diferentes (algodão e poliéster). Ele também costuma praguejar e blasfemar. É realmente necessário ter o trabalho de reunir toda a população da cidade para apedrejá-los (Levítico 24:10-16)? Não podemos simplesmente queimá-los vivos numa cerimônia familiar reservada, como fazemos com aqueles que dormem com as sogras (Levítico 20:14)?
Sei que a senhora estudou a fundo esses assuntos, por isso estou certo de que pode me ajudar. Obrigado por nos lembrar que as palavras de Deus são eternas e imutáveis.
Seu fã devoto
Querida Dra. Laura:
Obrigado por fazer tanto para educar as pessoas a respeito das Leis de Deus. Aprendi muito com seu programa e tento compartilhar esse conhecimento com o maior número possível de pessoas. Quando alguém tenta defender o estilo de vida homossexual, por exemplo, eu simplesmente lembro-lhe que Levítico 18:22 claramente classifica isso como abominação. Fim da argumentação.
Entretanto, eu preciso de conselho seu a respeito de outras leis bíblicas e como segui-las da melhor maneira. Em especial:
* Quando eu queimo um touro no altar como sacrifício, sei que isso cria um odor suave ao Senhor (Levítico 1:9). O problema é com meus vizinhos. Eles dizem que o odor não lhes é agradável. Devo castigá-los?
* Eu gostaria de vender minha filha como escrava, conforme autorizado em Êxodo 21:7. Na sua opinião, qual seria o preço justo que eu deveria pedir por ela hoje em dia?
* Eu sei que não posso ter contato com uma mulher quando ela está no seu período de impureza menstrual (Levítico 15:19-24). O problema é como saber. Eu tentei perguntar, mas a maioria das mulheres se ofende.
* Levítico 25:44 sustenta que eu posso ter escravos, homens e mulheres, desde que comprados de nações vizinhas. Um amigo meu afirma que isso se aplica aos mexicanos, mas não aos canadenses. Pode esclarecer? Por que não posso ter escravos canadenses?
* Tenho vizinhos que insistem em trabalhar no dia sagrado (sábado para os judeus, domingo para os cristão). Êxodo 35:2 sustenta claramente que eles devem ser mortos. Estou moralmente obrigado a matá-los eu mesmo?
* Um amigo meu acha que, embora comer crustáceos seja uma abominação (Levítico 11:10-11), é uma abominação menor que o homossexualismo. Eu discordo. Qual de nós está certo?
* Levítico 21:20 afirma que não devo me aproximar do altar de Deus se tiver um defeito em minha vista. Tenho que admitir que uso óculos de leitura. Minha visão precisa ser 20/20 ou há alguma flexibilidade aí?
* A maior parte dos meus amigos homens usa o cabelo aparado, incluindo o cabelo das têmporas, apesar disso ser expressamente proibido em Levítico 19:27. De que forma eles devem morrer?
* Meu tio tem uma fazenda. Ele viola Levítico 19:19 plantando duas culturas diferentes no mesmo campo, assim como sua mulher ao usar roupas feitas de dois tecidos diferentes (algodão e poliéster). Ele também costuma praguejar e blasfemar. É realmente necessário ter o trabalho de reunir toda a população da cidade para apedrejá-los (Levítico 24:10-16)? Não podemos simplesmente queimá-los vivos numa cerimônia familiar reservada, como fazemos com aqueles que dormem com as sogras (Levítico 20:14)?
Sei que a senhora estudou a fundo esses assuntos, por isso estou certo de que pode me ajudar. Obrigado por nos lembrar que as palavras de Deus são eternas e imutáveis.
Seu fã devoto
Tuesday, February 1, 2011
Maceió, 1 de fevereiro
Já estou de volta em casa. A viagem se tornou excessivamente longa graças às conexões: uma em Lisboa e outra em Brasília. É o preço de morar no paraíso: a falta de boas conexões.
Os dias em Roma com Talita foram ótimos. Preparamos um roteiro ninja para quem tem disposição de andar:
Onze horas a pé por Roma
Saindo de Termini, entre na Via Principe Amedeo. Vá até o Teatro da Opera. Logo depois entre à direita e visite a Piazza da Repubblica e, em frente, a igreja de Santa Maria degli Angeli; atenção ao órgão e ao calendário solar. Pegue a Via XX Settembre à esquerda e veja a igreja de San Carlo Quatro Fontane e os chafarizes na rua. Vá pela Via delle Quatro Fontane até a Fontana del Tritone, perto da Piazza Barberini. Ande pela viela Viccolo Barberini, com lojas muito boas e arborizada com pés de tangerinas. Ande pela Via Sistina que chegará na igreja Tinità dei Monte, no topo da Scalinata Trinità dei Monti. Ao pé das escadas tem a Piazza di Spagna e um belo chafariz. Ande pela Via Condotti e aprecie as lojas Bulgari, Dior etc. Pegue a Via del Corso à direita e visite a basílica de Santo Ambroggio e Carlo. Continue até a Piazza del Popolo. Atravesse a Ponte Margherita em direção ao Vaticano. Faça uma parada no Caffè Portofino (http://www.caffeportofino.it) e aprecie um café com um paninni. Continue até o muro do Vaticano, e contorne-o à esquerda; entrará na praça principal. Visite o Vaticano. Ao sair, entre à esquerda pela rua que margeia o muro e entre no Museu do Vaticano. Visite especialmente os jardins, as salas de esculturas, as salas de Rafael e a Capela Sistina. Pode pular as salas de arte contemporânea. Ao sair do Museu do Vaticano, dirija-se pela Via Porcari em direção ao Castel Sant'Angelo. Atravesse a Ponte Sant'Angelo, e entre numa viela à esquerda: Via di Panico. Logo na frente, à esquerda novamente, você verá a Antica Taverna Mangia Bene (Via di Monti Giordano, 12, http://www.AnticaTavernaMangiaBene.it); peça o prato de queijos de entrada. Saindo da cantina, à direita duas vezes chegará na Piazza Navona. Atravessando-a passa pelo Palazzo Madama, logo depois no Panteão e mais na frente no Templo Adriano. Pegue novamente a Via del Corso, à direita, e visite o Monumento a Vittorio Emanuele II. Daí vá ao foro romano circulando pela Via di San Teodoro, Via del Cerchi (contornando o Circo Massimo) e entre à esquerda na Via di San Gregorio. Passe pelo Arco di Costantino e chegará no Colosseo. Dirija-se a Via Cavour e siga por ela até Santa Maria Maggiore. Perto dela tem uma igreja pequena, porém bem interessante: Santa Prudenziana; parece feita uma sobre a outra. Estará morto e perto de Termini novamente.
Outros lugares imperdíveis
* No início da Via Nazionale, perto do forum, entre na Salita de Grillo e contorne as ruínas até o Largo do Ricci e a Via dei Fori Imperiali. Vista magnífica das excavações e do Colosseo. Contorne o Monumento a Vittorio Emanuele II, na parte alta tem uma vista magnífica das excavações, saia pelo pátio principal do Campidoglio. Vá até o Teatro Marcello e circule entre ele e a Piazza Aracoeli; visite o Portico d'Ottavia. Perto do Teatro Marcello tem a sinagoga e o bairro judeu (o ghetto). Comer carccioffi alla giudia no La Taverna del Ghetto. Da Sinagoga vá até a Area Sacra: visite os gatos. Siga pela Via Arenula até a Ponte Garibaldi, atravesse e coma pizza perto da igreja Santa Maria in Trastevere.
* Tomar o Gran Caffè Speciale e o Granitto di Caffè con Panna no Santo Eustacchio, piazza Santo Eustacchio perto do Panteão. Depois vá a igreja de Santo Ignazio; muito rica e muito impressionante.
* No final da Cavour, perto do Foro, em um canto do balão, no alto tem uma igreja com um teto magnífico: Santos Domenico e Sisto.
Talita, no seu blog, ilustrou esses roteiros em mapas com fotografias.
Os dias em Roma com Talita foram ótimos. Preparamos um roteiro ninja para quem tem disposição de andar:
Onze horas a pé por Roma
Saindo de Termini, entre na Via Principe Amedeo. Vá até o Teatro da Opera. Logo depois entre à direita e visite a Piazza da Repubblica e, em frente, a igreja de Santa Maria degli Angeli; atenção ao órgão e ao calendário solar. Pegue a Via XX Settembre à esquerda e veja a igreja de San Carlo Quatro Fontane e os chafarizes na rua. Vá pela Via delle Quatro Fontane até a Fontana del Tritone, perto da Piazza Barberini. Ande pela viela Viccolo Barberini, com lojas muito boas e arborizada com pés de tangerinas. Ande pela Via Sistina que chegará na igreja Tinità dei Monte, no topo da Scalinata Trinità dei Monti. Ao pé das escadas tem a Piazza di Spagna e um belo chafariz. Ande pela Via Condotti e aprecie as lojas Bulgari, Dior etc. Pegue a Via del Corso à direita e visite a basílica de Santo Ambroggio e Carlo. Continue até a Piazza del Popolo. Atravesse a Ponte Margherita em direção ao Vaticano. Faça uma parada no Caffè Portofino (http://www.caffeportofino.it) e aprecie um café com um paninni. Continue até o muro do Vaticano, e contorne-o à esquerda; entrará na praça principal. Visite o Vaticano. Ao sair, entre à esquerda pela rua que margeia o muro e entre no Museu do Vaticano. Visite especialmente os jardins, as salas de esculturas, as salas de Rafael e a Capela Sistina. Pode pular as salas de arte contemporânea. Ao sair do Museu do Vaticano, dirija-se pela Via Porcari em direção ao Castel Sant'Angelo. Atravesse a Ponte Sant'Angelo, e entre numa viela à esquerda: Via di Panico. Logo na frente, à esquerda novamente, você verá a Antica Taverna Mangia Bene (Via di Monti Giordano, 12, http://www.AnticaTavernaMangiaBene.it); peça o prato de queijos de entrada. Saindo da cantina, à direita duas vezes chegará na Piazza Navona. Atravessando-a passa pelo Palazzo Madama, logo depois no Panteão e mais na frente no Templo Adriano. Pegue novamente a Via del Corso, à direita, e visite o Monumento a Vittorio Emanuele II. Daí vá ao foro romano circulando pela Via di San Teodoro, Via del Cerchi (contornando o Circo Massimo) e entre à esquerda na Via di San Gregorio. Passe pelo Arco di Costantino e chegará no Colosseo. Dirija-se a Via Cavour e siga por ela até Santa Maria Maggiore. Perto dela tem uma igreja pequena, porém bem interessante: Santa Prudenziana; parece feita uma sobre a outra. Estará morto e perto de Termini novamente.
Outros lugares imperdíveis
* No início da Via Nazionale, perto do forum, entre na Salita de Grillo e contorne as ruínas até o Largo do Ricci e a Via dei Fori Imperiali. Vista magnífica das excavações e do Colosseo. Contorne o Monumento a Vittorio Emanuele II, na parte alta tem uma vista magnífica das excavações, saia pelo pátio principal do Campidoglio. Vá até o Teatro Marcello e circule entre ele e a Piazza Aracoeli; visite o Portico d'Ottavia. Perto do Teatro Marcello tem a sinagoga e o bairro judeu (o ghetto). Comer carccioffi alla giudia no La Taverna del Ghetto. Da Sinagoga vá até a Area Sacra: visite os gatos. Siga pela Via Arenula até a Ponte Garibaldi, atravesse e coma pizza perto da igreja Santa Maria in Trastevere.
* Tomar o Gran Caffè Speciale e o Granitto di Caffè con Panna no Santo Eustacchio, piazza Santo Eustacchio perto do Panteão. Depois vá a igreja de Santo Ignazio; muito rica e muito impressionante.
* No final da Cavour, perto do Foro, em um canto do balão, no alto tem uma igreja com um teto magnífico: Santos Domenico e Sisto.
Talita, no seu blog, ilustrou esses roteiros em mapas com fotografias.
Frascati, 26, 27 e 28 de janeiro
Quarta-feira 26/1
Esse foi o dia dos artigos mais teóricos e voltados à modelagem polarimétrica e interferométrica. Gostei de todos os trabalhos, e vi claras possibilidades tanto de cooperação quanto de novas linhas de pesquisa. Há demanda objetiva por novos modelos e por avanços teóricos na descrição e análise estatística desse tipo de dados e de seus derivados. Apenas como exemplo, os sensores de alta resolução estão gerando dados que não verificam a hipótese de reciprocidade e, portanto, modelos onde HV não é idêntica a VH serão muito bem-vindos.
Quinta-feira 27/1
Dia de aplicações de PolInSAR a florestas. Interessante constatar que os modelos clássicos falham quando se trata de floresta densa. Mais oportunidades para modelagem...
Sexta-feira 28/1
O dia é dedicado a redigir as recomendações para cada grupo. Essas recomendações irão dar o norte para a chamada de artigos do PolInSAR 2013. Na parte de Modelos e Métodos, recomenda-se a procura por modelos atrelados a problemas reais, e sempre mostrar aplicações.
Um grande congresso!
Esse foi o dia dos artigos mais teóricos e voltados à modelagem polarimétrica e interferométrica. Gostei de todos os trabalhos, e vi claras possibilidades tanto de cooperação quanto de novas linhas de pesquisa. Há demanda objetiva por novos modelos e por avanços teóricos na descrição e análise estatística desse tipo de dados e de seus derivados. Apenas como exemplo, os sensores de alta resolução estão gerando dados que não verificam a hipótese de reciprocidade e, portanto, modelos onde HV não é idêntica a VH serão muito bem-vindos.
Quinta-feira 27/1
Dia de aplicações de PolInSAR a florestas. Interessante constatar que os modelos clássicos falham quando se trata de floresta densa. Mais oportunidades para modelagem...
Sexta-feira 28/1
O dia é dedicado a redigir as recomendações para cada grupo. Essas recomendações irão dar o norte para a chamada de artigos do PolInSAR 2013. Na parte de Modelos e Métodos, recomenda-se a procura por modelos atrelados a problemas reais, e sempre mostrar aplicações.
Um grande congresso!
Tuesday, January 25, 2011
Frascati, 25 de janeiro
Segundo dia do evento, hoje as sessões foram dedicadas a interferometria. O assunto é bem denso, e muito interessante.
Foi dado um alerta na conferência. Nos últimos quatro meses morreram três pessoas notáveis da área, todos por causa de gripes que evoluíram para pneumonias. Os três viajavam muito, e trabalhavam demais segundo seus colegas. O aviso foi dado para os que, por causa das viagens, estão expostos a contaminações e, por causa do trabalho, não têm uma qualidade de vida adequada. Deixo aqui o registro.
Foi dado um alerta na conferência. Nos últimos quatro meses morreram três pessoas notáveis da área, todos por causa de gripes que evoluíram para pneumonias. Os três viajavam muito, e trabalhavam demais segundo seus colegas. O aviso foi dado para os que, por causa das viagens, estão expostos a contaminações e, por causa do trabalho, não têm uma qualidade de vida adequada. Deixo aqui o registro.
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